É assim que também considero a Cláudia Leitte! Uma "negalora" quando o termo "nega" faz referência a nossa ascendência africana e exibem traços culturais associados como sendo de "afro-americanos", não sendo necessariamente um indicador da cor da pele, mas de classificação racial, e todos nós brasileiros "somos sim negros", independente da cor da nossa pele mais clara, ou não. Já o termo "lora" refere-se a sua genética e completa a dualidade do "negalora" em que ela mostra nesse seu novo trabalho traços e aparências desse povo, dessa raça, cultura, características, talentos e miscigenação.
E é com esse título que esta artista brasileira, fluminense por "incidente", mas baiana de coração e nordestina de sangue se prepara para o lançamento oficial do seu novo projeto: diferente, exótico, singular e inusitado como ela também é.
Dentro desse perfil repleto de substantivos e adjetivos, a Cláudia Leitte busca com esse projeto íntimo e "pessoal", resgatar um pouco mais suas raízes e se voltar de maneira ímpar para a Música Popular Brasileira, tendo no seu novo repertório músicas compostas por figuras como: Carlinhos Brown, Batatinha, Zeca Baleiro, Jorge Vercillo, Jota Veloso, Cazuza, Roberto Carlos, entre tantos outros. Com certeza essas músicas serão mais reflexivas, invasivas e nos tragam mais a emoção e não necessariamente a dança carnavalesca, mas sim o movimento e o gingado interior, como também emotivo de cada um de nós.
Parabéns pelo excelente marketing e pela iniciativa de atrelar a sua imagem a cultura afro e querer levar junto consigo para o mercado norte-americano a sua miscigenação musical. O "crônico racismo brasileiro" que opera grandiosamente nos dois vértices, é uma ignorância que precisa ser extirpada. Parabéns também pela tentativa de mostrar ainda mais essa soberba e maravilhosa cultura afro-brasileira ao mundo inteiro.
Forte abraço.
Bello Paes
@bellopaes
